domingo, março 22, 2009

Gerra santa, ou sangrenta???



Um comandante das Forças de Defesa israelense denunciou que rabinos do Exército disseram às tropas que lutavam na recente ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, que eles estavam lutando uma "guerra religiosa" contra os pagãos. O relato foi publicado pelo jornal israelense "Hareetz", como continuação aos relatos divulgados sobre o vandalismo e assassinato de civis inocentes durante a ofensiva.



"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.



O jornal publicou trechos de declarações de militares que lutaram durante a operação em Gaza realizada entre 27 de dezembro e 18 de janeiro deste ano e que deixou ao menos 1.300 mortos, entre eles ao menos 900 civis, além de destruir milhares de casas e a infraestrutura do território palestino.



Alguns veteranos, formados na academia militar da Força de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), falaram sobre o assassinato de civis inocentes e de suas impressões de desprezo profundo aos palestinos dentro das forças israelenses.



"A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados", diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense.



O ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, respondeu as declarações publicadas pelo jornal dizendo estar confiante de que as Forças de Defesa lidarão com o tema "com toda a seriedade". "Nós temos o Exército mais moral do mundo", disse Barak, à Radio Israel.

um pouco de História

O conflito entre judeus e palestinianos é muito antigo, mas uma grande maioria desconhece ou tenta desvalorizar os episódios históricos que lhe deram origem. Este facto não é de estranhar dado que os maiores responsáveis se encontram a ocidente e desenvolvem algum controlo da informação, muito natural mas pouco ético para quem pretende ilibar-se das culpas que lhe cabem.
Israel proclama que tem direito à terras do Rei David embora já tivessem passado mais de 3.000 anos. Com base neste princípio o planeta sofreria enormes convulsões para restabelecer novos limites territoriais. Terão os italianos em função do Império Romano de há 2000 anos direito de exigirem toda ou parte da Península Ibérica?

Em 1945 a Palestina era habitada por milhões de palestinianos e Jerusalém era uma cidade santa para todos os muçulmanos. Nessa altura a Palestina encontrava-se sob o mandato da Grã-Bretanha.

Com o fim da 2ª Grande Guerra, e tendo os judeus sofrido os efeitos de um Holocausto que assassinou milhões de Judeus, os políticos ocidentais entenderam que era altura de lhes arranjar uma terra. Todavia não lhes foram distribuídas as terras em que viviam antes dessa data. Com o seu poder económico os judeus espalhados pelo mundo principalmente na Grã-Bretanha e nos EUA, exigiram a Palestina.



Assim, em 1948, o Estado Judaico com o nome de Israel declarou a independência com o apoio do Ocidente. Para tal foi necessário desalojar à força, por meios militares, milhões de palestinianos para Israel ocupar um território muito maior do que aquele em que habitavam os judeus em 1945.

Cerca de 4 milhões de palestinianos continuam a viver em campos de refugiados que a ONU estabeleceu provisoriamente em 1948. Os que habitam em acampamentos na faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia não abandonam a sua condição de refugiados porque a sua situação é a única prova que possuem de que há sessenta anos tiveram que deixar as suas terras de origem pela força.
Esta será sem dúvida a principal fonte que ao longo de gerações vem alimentando ódios e extremismos.

Como resultado dos conflitos que se seguiram, sempre ganhos por Israel que na realidade funciona como uma base gigante americana no Médio Oriente, fez-se a paz em 1967 de que resultou a divisão que se vê no quadro (3) e que foi aceite por ambas as partes.

Quantas vidas não foram sacrificadas por seitas religiosas na História da humanidade.
Usa-se o artifício não só da fé para se incitar uma guerra, mas da proteção contra o terrorismo, ou eles possuem armas nucleares.

Oxalá o próximo argumento não seja, "eles estão poluindo a maior reserva de aguá existente, e ainda desmatando o pulmão do mundo, vamos invadir e salvar o planeta".

fonte

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u537906.shtml

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