sexta-feira, agosto 14, 2015

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar se é crime ou não portar drogas para consumo próprio.

A descriminalização no Brasil esteve perto de dar um passo adiante nesta semana 12/08/2015. O Supremo Tribunal Federal havia incluído na pauta do dia o julgamento de uma ação que derruba o artigo 28 da lei antidrogas que submete a penalizações quem portar ou guardar drogas.


Essa é uma grande questão para o STF: Como diferenciar um usuário de um traficante? 
O julgamento era um dos mais esperados, pela sua polêmica, a previsão já era que demorasse mais de uma sessão para ser votado. Ricardo Lewandowski, presidente do STF, anunciou que a pauta foi adiada para a próxima quarta-feira, dia 19, e que será a primeira da sessão.
Desde 2006, o artigo 28 da Lei Antidrogas prevê penas brandas, como prestação de serviços à comunidade e medidas educativas, a quem “adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Em 2009, o debate foi iniciado depois após da condenação de um mecânico de 55 anos à prisão por porte de maconha para consumo prórprio em Diadema, na Grande São Paulo. Na época, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo alegou que o artigo 28 contraria o direito à vida privada do indivíduo, garantido pela Constituição. “O porte de drogas para uso próprio não afronta a chamada ‘saúde pública’, mas apenas, e quando muito, a saúde pessoal do próprio usuário”, diz a ação, que chegou ao STF em 2011.

Uma das substâncias mais utilizadas como droga nas periferias de São Paulo, é conhecido como Lança Perfume.   Porém a base do lança perfume é importada, e foi proibida sua utilização á décadas no Brasil.   O que os jovens vem inalando hoje em dia, e que é altamente nocivo, é uma nova versão do lança-perfume que tem causado várias mortes em São Paulo. A mistura artesanal leva solda (líquido de bateria de carro) e tíner. 


História
O lança-perfume aparece no Carnaval de 1906, no Rio de Janeiro, sendo rapidamente incorporada aos festejos carnavalescos de todo o Brasil, principalmente nas batalhas de confete, corsos e, mais tarde nos bailes carnavalescos. É a droga considerada símbolo do Carnaval.
Durante muito tempo o lança-perfume foi uma diversão inocente, mas, pouco a pouco, passou a ser inalado durante os bailes como uma droga.

Após alguns casos de morte de usuários, por embriaguez seguida de queda em janelas. Em 1961, por recomendação do jornalista Flávio Cavalcante seguido de um decreto do então Presidente, Jânio Quadros a lança perfume fabricado pela Rhodia na Argentina acabou sendo proibido no Brasil.

Curiosidade: Drogas inalantes são conhecidas em todo o mundo, entretanto o lança perfume, a cola de laminados (sapateiro) são usados apenas no Brasil, mesmo na Argentina e Paraguai que seriam os "fabricantes" de lança perfume, o uso não é popular e a maioria das pessoas nem conhece tal produto, indicando que é industrializado somente para exportação.

Características técnicas

O lança-perfume é uma droga manufaturada com solventes químicos a base de cloreto de etila. A versão caseira chamado de "loló" é feita com uma combinação de éter(25%), clorofórmio CHCl3(45%), álcool de cereais e/ou acetona(25%) e essência perfumada(5%).
Clorofórmio é um líquido volátil, extremamente tóxico e pode ser fatal se for aspirado ou inalado. Causa irritação à pele, olhos e trato respiratório. Afeta o sistema nervoso central, rins, sistema cardiovascular e fígado. Pode causar câncer dependendo do nível e duração de exposição. Faz parte da composição do entorpecente chamado "lóló" (lança-perfume).

O produto industrializado é geralmente embalado em tubos na forma líquida mediante alta pressão. O líquido, em contato com o ar, evapora rapidamente.

O lança-perfume acelera a freqüência cardíaca, podendo chegar até 180 batimentos por minuto. Aparentemente inofensiva devido ao seu odor, esta droga destrói as células do cérebro e pode levar o usuário a ter desmaios ou em caso extremos até à morte através de parada cardíaca.

Pesquisas indicam que o uso não causa dependência física, mas pode causar dependência psicológica e danos sérios ao sistema nervoso.




Saiba um pouco mais...

Uma versão tupiniquim do lança- perfume é um produto muito conhecido pelos adolescentes, é o "cheirinho" ou "loló" ou ainda " cheirinho da loló". Este é um preparado clandestino, à base de clorofórmio mais éter. Mas sabe-se que quando estes "fabricantes" não encontram uma daquelas duas substâncias misturam qualquer outra coisa em substituição, o que traz complicações quando se tem casos de intoxicação aguda por esta mistura.   Grupos que organizam os “rolezinhos” na capital paulista, diz que o uso é frequente entre os moradores da periferia. “O lança-perfume é uma droga de fácil acesso. Nas áreas periféricas, ele chega a R$ 5. No Centro, de R$ 7  R$ 15 reais” . Rola livre nos bailes”“ sabores de coco, cereja, chiclete. , diz o funkeiro MC Garden. “É uma droga muito perigosa e muito subestimada”, afirma o psiquiatra Thiago Marques Fidalgo.


Fonte;

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/13/politica/1439478223_216878.html

http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=21&id=359

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/06/uso-de-lanca-perfume-poe-em-risco-vida-de-jovens-pelo-brasil.html

Um comentário:

ESTANISLAU disse...

O problema dessas drogas ilícitas e licitas é a dependência mesmo e a incapacidade do viciado em realizar qualquer coisa, nem vou falar da criminalidade e sim que com a idade esses viciados lotarem os hospitais ocupando leitos de quem trabalhou e viveu seriamente, se eles não morrerem antese ainda causarem problemas familiares e a sociedade.