segunda-feira, fevereiro 25, 2013

O que é essa tal, desnacionalização da economia brasileira ?






No passado



O Brasil com seus seringais nativos da Amazônia, tinha no século passado, praticamente o monopólio do produto, pois a produção da América Central, África Equatorial e Índia era insuficiente.


Ao final do século XIX até 1912, do século XX, o Estado do Amazonas, principal produtor da borracha do mundo, viveu um grande surto econômico. Milhares de pessoas migraram para a Amazônia em busca de riqueza. Entre elas, muitos nordestinos fugidos da grande seca de 1877. Esses chegavam em levas ao Amazonas e iam até para o Acre. São exemplos desse período áureo as luxuosas construções do Centro de Manaus e Belém, como por exemplo os suntuosos Teatro da Paz (Belém) e Teatro Amazonas (Manaus).

A Amazônia se tornou um dos principais centros econômicos do Brasil. Manaus passou a ser uma das mais importantes cidade brasileiras em termos econômicos. Nessa época, em 1896, foi inaugurado um dos primeiros teatros do Brasil, o Teatro Amazonas, onde se apresentavam os maiores artistas europeus da época.

Toda a riqueza, no entanto, estava concentrada nas mãos de poucas pessoas que viviam em ambiente de grande luxo: comiam caviar, importavam artigos de luxo da Europa e imitavam o estilo de vida europeu. A alegria, no entanto, durou pouco. Os ingleses levaram sementes selecionadas da Hevea Brasiliensis para suas colônias do sudeste asiático.

Quando a produção asiática enterou no mercado internacional os preços caíram. Era o início da decadência econômica na Amazônia.

A Hevea Brasiliensis é uma árvore de tronco robusto e folhagem escassa, nativa de várias áreas da Amazônia (alto dos rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e nas matas de igapó do Oeste da Ilha de Marajó.


A maior importância da borracha teve início depois que Charles Goodyear, nos Estados Unidos, e Tomas Hancock, na Inglaterra, descobriram o processo de vulcanização. Contudo foi com a invenção do pneu por Dunlop, em 1888, que a borracha adquiriu grande importância no mercado mundial.

No presente


Em 11 de agosto de 1993 VEJA publicou reportagem de capa sobre como os bancos continuavam se dando bem enquanto o resto do país vivia uma gravíssima crise econômica. De lá para cá, as principais instituições financeiras do país continuam registrando lucros altos, algumas com recordes .


Para os bancos, aquilo que é a maior desgraça nacional – a inflação – transforma-se numa galinha dos ovos de ouro. Só a má-fé justificaria a afirmação de que os banqueiros, todos eles, torcem para que o Brasil vá mais para o abismo inflacionário, apenas para que seus lucros aumentem.


Os dez maiores bancos instalados atualmente no Brasil tiveram um lucro superior a 1000% nos últimos dez anos. 


De fevereiro de 2003 até fevereiro de 2004, por exemplo, a Selic caiu 10 pontos porcentuais. Foi de 26,5% ao ano para 16,5%. Ela é alta em termos comparativos e quase exorbitante quando se extrai dela o item em que o Brasil é campeão mundial, o juro real. Mas, mesmo com a queda de 10 pontos na Selic, o lucro dos bancos cresceu no mesmo período. A comparação com os números de 1993 mostra o grau de crescimento dessas instituições: o Itaú, que lucrara 125,7 milhões de dólares no primeiro semestre daquele ano, fechou 2003 lucrando 3,1 bilhões de reais – cerca de 1 bilhão de dólares. O Bradesco teve um lucro de 161,6 milhões de dólares na primeira metade de 1993; no balanço de 2003, contou 2,3 bilhões de reais de lucro. Os resultados são históricos quando não se leva em conta o efeito da inflação. Em um período de Selic declinante, o lucro do Bradesco aumentou 14% e o do Itaú, 32,6%.


Instituições nacionais ou estrangeiras ???


BankBoston foi um  banco de origem norte americana controlado peloBank of america.   De 1784 a agosto de  2006 o símbolo do BankBoston foi a águia. A águia com o ramo de oliveira e as flechas foi o símbolo usado pelo banco para divulgar oficialmente seus serviços. Essa imagem foi inspirada no Grande Selo dos estados unidos da américa, insígnia adotada pelo país no ano de 1782.



Em 1999 houve a fusão do BankBoston e o Fleet Financial Group, dando origem ao FleetBoston Financial, uma instituição que combinava solidez, tradição e modernidade.
Em abril de 2004 houve a fusão entre o Bank of America e o FleetBoston Financial Corporation, instituição controladora do BankBoston.
Em maio de 2006 o Bank of America anunciou um acordo visando a troca dos ativos do BankBoston no Brasil, Chile e Uruguai por ações do Banco Itaú, maior banco privado brasileiro.

Santander, vinculado ao grupo Alpha, da Inglaterra, através do Royal Bank of Scotland. Esse banco abocanhou o Banespa, o maior banco estadual do mundo, por cifra ridiculamente baixa em relação aos ativos do banco, e livre de passivos, pois a União, através do PROES, os sanou antes da privatização.



O Bradesco comunicou que autorizou a elevação de 14% para 30% do limite de participação estrangeira no seu capital ordinário.
A autorização se deu a pedido do Bradesco para que possa constituir programa de ADRs (American Depositary Receipts) lastreado em ações ordinárias.


Conclusão
 
Em meio à profunda crise em que se encontra o sistema capitalista mundial e que se arrasta desde setembro de 2008, alguns países, mais precisamente a China, a Índia, a Rússia e o Brasil, o chamado Brics, têm obtido índices de crescimento econômico considerados elevados para os padrões capitalistas. No caso do Brasil, este crescimento, embora com altos e baixos, levou o país a se tornar a sétima economia do mundo e a ultrapassar a Itália, atolada na crise econômica e moral¹.
Com a eleição de Lula (PT) para a presidência do Brasil em 2002 e sua decisão de não realizar nenhuma ruptura com o sistema imperialista nem reestatizar as estatais privatizadas e ainda garantir os privilégios ao grande capital financeiro e livre ação para os monopólios internacionais na economia brasileira, a grande mídia internacional passou a exaltar a economia brasileira como a mais nova maravilha do mundo.
O endividamento brasileiro está hoje em cerca de R$ 3 trilhões e, em 2010, consumiu 44,93% dos recursos do Orçamento da União, um dinheiro que deixa de ser investido em saúde, habitação e educação para garantir renda aos banqueiros. De fato, dados do próprio Banco Central revelam que os bancos nacionais e estrangeiros e os fundos de investimentos são donos de 76% dos títulos da dívida interna. Por sua vez, a dívida externa, além de não ter acabado, teve um aumento de 43%, 2009 para 2011, e atingiu U$$ 284,1 bilhões.
Uma análise mais profunda da economia brasileira revela que o atual surto de crescimento econômico do país, além de inconstante e de beneficiar principalmente as classes ricas, não rompe as cadeias que o prendem ao sistema imperialista mundial, mas torna o país ainda mais submisso a esse sistema. Dito de outro modo, o crescimento da economia nos últimos dez anos não alterou a subordinação do Brasil ao grande capital financeiro internacional nem diminuiu o domínio dos monopólios internacionais sobre a economia. Pelo contrário, ocorreu um impressionante processo de desnacionalização e até de desindustrialização da economia brasileira.


Fonte; 
 http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=112
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/bradesco-autoriza-aumento-de-participacao-estrangeira_111822.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/BankBoston
http://averdade.org.br/2012/02/crescimento-capitalista-aumenta-submissao-do-brasil-ao-capital-estrangeiro/

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