domingo, abril 25, 2010

Imposto invisível em cascata



PESQUISA PULSO BRASIL FIESP/CIESP IMPOSTOS


Esta pesquisa tem como objetivo levantar o conhecimento do valor referente a impostos
embutidos na compra de produtos e a opinião dos entrevistados a respeito destes valores para uma amostra de 1.000 pessoas. A Pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 30 de março de 2010.

Das pessoas que participaram da pesquisa, 84% afirmaram que pagam impostos, 12% que
não pagam impostos e 4% que não sabem ou não responderam. Elas acham que pagam em
média 2,55 reais em impostos embutidos em cada dez reais gastos na compra de produtos.

Apresentando uma lista de produtos, foi perguntado se sabiam quantos reais a cada
dez reais gastos na compra destes produtos eram destinados ao governo como pagamento de impostos. 30% responderam que sabiam para o açúcar; 28%, para a conta de luz; 27%, para a conta de telefone; 27%, para leite longa vida; 26%, para frango; 26%, para arroz; 26%, para máquina de lavar roupa; 25%, para sabão em pó; 25%, para carne bovina; 24% para o pão.

Os entrevistados que disseram que sabem quanto do valor da compra dos produtos é
de impostos, acreditam que pagam em média 2,52 reais a cada 10 reais gastos com a conta de luz, 2,46 com a conta de telefone, 2,22 com máquina de lavar roupa, 2,15 com a carne bovina, 2,02 com o sabão em pó, 1,96 com o frango, 1,92 com o arroz, 1,81 com o açúcar, 1,75 com o leite longa vida e 1,62 com o pão.

Ao ser apresentado o valor efetivamente pago de imposto por cada dez reais gastos
com os produtos da lista, 97% acreditam que é alto o valor pago para o sabão em pó, 95% o pago pela conta de luz, 95% o pago pela máquina de lavar, 93% o pago pela conta de telefone, 91% o pago pelo leite longa vida, 90% o pago pelo açúcar, 90% o pago pelo pão, 89% o pago pelo frango, 86% o pago pela carne bovina e 64% o pago pelo arroz. Pelo arroz, 27% acreditam que o valor pago em impostos é adequado.

Dos entrevistados, 81% consideram que é melhor para o Brasil que o Governo Federal
corte os impostos dos produtos da cesta básica para que a população mais carente possa consumir mais, enquanto 14% consideram que é melhor para o Brasil que o Governo Federal cobre impostos dos produtos da cesta básica e transferir recursos para as famílias mais carentes.

Apesar de não conhecerem, em sua maioria, o valor de imposto embutido em cada
produto, os entrevistados têm consciência de que pagam este imposto. Ademais, consideram que é melhor para o país, que os impostos dos produtos de cesta básica sejam reduzidos, tornando-os mais acessíveis, do que a manutenção dos altos impostos acompanhada de políticas de transferência de renda.

No preço pago pelo produto, há também impostos embutidos, que geram numerário para que o governo forneça serviços, contrate obras e fiscalize, por meio de uma série de órgãos da administração pública, a produção, a distribuição e a comercialização, por exemplo, daquele leite, para garantir suas condições de higiene e qualidade, assim como verificar o cumprimento das leis que regulam as relações de trabalho e consumo.

Para esse leite poder ser consumido, precisou ser transportado do laticínio até a padaria. Uma série de etapas foram cumridas. Enfim, ao tomar um copo de leite, a gente dá pouca atenção ao significado dessa ação. O gostoso líquido foi produzido, embalado, transportado e vendido até chegar ao copo para ser consumido. Aliás, o copo também foi produzido, embalado, transportado e vendido, envolvendo um grande número de trabalhadores de diversas esferas da produção, distribuição e comercialização, esferas que, por sua vez, consumiram quantidades de energia e matéria-prima, e em todas essas etapas foram cobrados impostos específicos a cada setor pelo qual passou esse leitinho.

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