terça-feira, dezembro 02, 2008

Após 60 anos da declaração do direitos humanos,...Dois pesos, para duas medidas.




Segurança das Casas Bahia acusado de assassinato recebe habeas-corpus

SÃO PAULO - O desembargador Péricles Piza, da 1º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, concedeu um habeas-corpus no dia 24 de novembro a Genilson Silva Souza, o segurança das Casas Bahia que foi preso em flagrante no último dia 10 por ter matado, com um tiro no rosto, Alberto Milfont Júnior, cliente da loja e educador da ONG "Casa do Zezinho".

No texto do habeas-corpus, é dito que não há motivos que justifiquem a prisão do segurança durante o julgamento do processo (por favor expliquem). Também é relatado que não há indícios de que Souza possa tentar coagir as testemunhas que serão ouvidas, pois o fato de que o vigilante permaneceu no local do crime após o disparo, esperando a polícia chegar, conta a seu favor. (será que não foi pra sua própria segurança???)

O acusado preenche ainda os requisitos para obter a liberdade provisória, como residência fixa e ser réu primário e(Crime doloso, intenção de matar).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Sousa já deixou a carceragem do 13º Distrito Policial (DP), da Casa Verde, na zona norte, onde estava preso.

Procurado pela reportagem do iG, Roberto Pagliuso, advogado de defesa do vigilante, preferiu não dar entrevista.



Indignação dos Zezinhos


A notícia foi recebida com supressa e revolta na ONG Casa do Zezinho, entidade onde Alberto Milfont cresceu e foi educado durante dez anos. “Como a gente pode receber isso? Foi um crime flagrante, mas o rapaz não tem passagem pela polícia, é como tudo no Brasil. Como é que eu explico essa impunidade para os meus jovens?”, lamenta Dagmar Garrox, a Tia Dag, presidente e fundadora da instituição.

Genilson Silva Souza, 29 anos, foi preso no dia 11 de novembro após atirar contra o rosto de Alberto Milfont, 24, dentro de uma loja das Casas Bahia, na região de Itapecerica da Serra. Sete dias após o crime a juíza Giovana Furtado de Oliveira negou o pedido de relaxamento de prisão em flagrante feito pela defesa do suspeito.

Para Tia Dag, como Dagmar é conhecida, já era esperado que o vigilante não ficasse muito tempo na prisão. Entretanto, a educadora se diz surpresa com a postura do Tribunal de Justiça. “Não acreditava que isso [habeas-corpus] fosse acontecer tão cedo”.

Segundo ela, os adolescentes que frequentam a Casa do Zezinho manifestaram tristeza e indignação. “A questão é dinheiro para financiar bons advogados. Se um dos 'zezinhos' fosse suspeito da morte de alguém, ficaria preso por muito tempo”, assevera Dag.

Apesar da indignação, a entidade está planejando novas manifestações. Além de incentivar os jovens recorrer a políticos e a usar a internet como ferramenta de denúncia, a Casa do Zezinho pretende atrair a comunidade do Capão Redondo para uma ação batizada de “Milfont”.

A idéia, segundo Dag, é enfeitar e colorir o cemitério de São Luiz com faixas e cartazes e chamar a atenção da população para números catastróficos de mortes: o local possui o maior número de jovens - de 15 a 25 anos – enterrados por metro quadrado do mundo. “Vencemos índices de mortes em guerras e em áreas de conflitos, como a Colômbia”, destaca. O projeto deve começar em Janeiro de 2009.

Entenda o caso


Dos seus 23 anos de vida, Alberto Milfont Júnior passou 10 na Casa do Zezinho. Sua história foi interrompida por uma bala disparada por um segurança das Casas Bahia no último dia 10. Os detalhes do caso ainda são desconhecidos, exceto por um, o que motivou a discussão. Em uma das regiões mais pobres da capital paulista, o Campo Limpo, em uma rede varejista (Banco inrustido) que se destacou por dar crédito para as classes C e D muito tempo antes de elas se tornarem o motor do crescimento do País, o fim trágico de Alberto começou a ser traçado porque ele estava mal vestido.
Loja das casa bahia em construção na Favela do Paraisópolis

Samuel Klein presidente das casas bahia, assinou um contrato que entrega ao Bradesco o financiamento das compras feitas em suas lojas. Com isso, o banco planeja adicionar R$ 3 bilhões à sua carteira de Crédito Direto ao Consumidor já no primeiro ano de operações.

Tudo foi presenciado pela namorada. “Quando eu cheguei perto, eu vi que ele estava mostrando a nota: ‘Olha aqui, eu comprei e paguei. Por que você está me olhando assim? Por que você está me tratando diferente? Eu sou cliente e quero falar com o gerente’. Aí, ele sacou a arma, olhou para o segurança desacreditado e falou: ‘Você vai atirar em mim’? O segurança falou para ele: ‘Fala duvido’. Ele falou duvido e o segurança atirou”, conta Darilene Pereira Ribeiro, namorada de Alberto.

Tatiana Milfont da Silva, uma das irmãs de Alberto, afirma que a família não foi procurada por nenhum representante das Casas Bahia. “Nem nota de solidariedade nos recebemos”, diz o tio. A única medida tomada pela rede foi fechar o estabelecimento no dia 15, o sétimo dia após a morte do rapaz. Mas ela acredita que não foi por solidariedade. “Fecharam para evitar confronto com a manifestação que amigos e parentes iam fazer na frente da loja”, defende Tatiana. “Eles limparam o sangue e abriram a loja no dia seguinte. Por que fechariam em solidariedade sete dias após o assassinato do meu irmão?”, questiona..

A polícia ainda enxerga esses cidadãos como marginais, e o mesmo preconceito costuma resvalar para os sistemas privados de segurança. A imprensa ofereceu detalhes sobre o episódio, mas passa longe de sutilezas como essa. O leitor merece um debate mais profundo sobre as questões que estão na raiz desse tipo de incidente.

O que não passou ainda pelas páginas dos jornais é o risco que correm milhares de clientes que ingressam em bancos e lojas onde armas de fogo estão em mãos de pessoas cuja qualificação e cujo perfil psicológico não se pode ler no crachá.

60 anos de direitos Humanos


Para popularizar o conceito dos direitos humanos e cada um dos 30 artigos da Declaração Universal, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República está organizando um grande mutirão (pra que??).

A iniciativa é dirigida a toda a sociedade brasileira, sem distinção. A Declaração Universal dos Direitos Humanos prega a liberdade de expressão, de pensamento, a luta pela igualdade e o respeito a todos.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos em 10 dezembro de 2008, exatamente um mês após o assassinato de Alberto Milfont Júnior.

Não é dificil, nem nescessário estudos de universidades, doutores, etc., para se entender porque lugares como Capão Redondo, Jd. Ângela, Jd. São Luis, são considerados perigosos. Aqui, justiça além de tardar, sempre falha.




Fonte;
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/12/01/seguranca_das_casas_bahia_acusado_de_assassinato_recebe_habeas_corpus_3099874.html
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/378/financas/bradesco_japao.htm
http://www.dh60anos.com.br/
http://www.casadozezinho.org.br/
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL858606-10406,00-SEGURANCA+MATA+JOVEM+CLIENTE+NAS+CASAS+BAHIA.html

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