segunda-feira, julho 01, 2013

Vidas ceifadas pela recessão mundial.

A correlação entre desemprego e suicídio tem sido observada desde o século XIX. Pessoas sem emprego tem duas vezes mais chance de pôr fim às suas vidas do que aqueles empregados.


No início do mês passado, um triplo suicídio foi noticiado na cidade costeira de Civitanova Marche, Itália. Um casal, Anna Maria Sopranzi, 68, e Romeo Dionisi, 62, estiveram lutando para sobreviver com sua pensão a mensal de 500 euros (mais ou menos R$ 1250,00), e caíram no aluguel.

Por conta dos cortes de austeridade no orçamento do governo Italiano que aumentaram a idade mínima para aposentadoria, o Sr. Dionisi, um trabalhador da construção civil, tornou-se um dos Italianos “esodati” (exilado) – trabalhadores em idade avançada, postos na miséria sem uma rede proteção social. No dia 05 de Abril, ele e sua mulher deixaram uma nota no carro do vizinho pedindo por perdão e se enforcaram na garagem de casa. Quando o irmão do Sr. Sopranzi, Giuseppe Sopranzi, 73, soube da notícia da morte dos familiares, afogou-se no mar Adriático.

Nos EUA, a taxa de suicídio, que vinha crescendo lentamente desde o ano 2000, teve um salto após a recessão de 2007-2009. Em nosso novo livro, estimamos em 4.750 os suicídios “extras” – ou seja, o número de mortes acima da média anteriormente existente – ocorridos de 2007 a 2010. As taxas destes suicídios foram significativamente maiores nos estados que experimentaram as maiores perdas de postos de trabalho. As mortes por suicídio ultrapassaram o número de mortes por acidente de carro no ano de 2009.



A Bulgária viveu uma série inédita de tentativas de imolação ao mesmo tempo em que era realizado no país um movimento de protesto contra a pobreza e a corrupção durante os meses de fevereiro e março.

"Viúvas brancas" da Itália são o exemplo mais recente do impacto emocional da crise da dívida e as medidas de austeridade estão a tomar sobre a Europa. No primeiro semestre do ano passado, as taxas de suicídio na Grécia disparou mais de 40% de ano para ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde grego. No Reino Unido - não uma parte da zona do euro, mas cuja economia também está lutando, pois entra em uma recessão duplo mergulho - pesquisadores escreveram no mês passado no British Journal of Medicine que o 2008-2010 recessão pode ter levado mais de 1.000 as pessoas a cometer suicídio.



No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, ficando atrás de acidentes e homicídios.  No Brasil, estima-se que ocorram 24 suicídios por dia. O número de tentativas é até 20 vezes maior que o de mortes. "O suicídio é uma epidemia silenciosa".

Para vários pensadores, como Goethe, Kant, Sartre e Russeau, o suicídio possui definições que se alternam, se complementam, se contradizem, pois o destino do suicídio é ambíguo, uma vez que diante deste o indivíduo quer acabar com a dor, a angústia, o sofrimento que vivencia, e não com a vida em si. Sofrimento este, advindo de conflitos intrapsíquicos que perturbam demasiadamente o indivíduo, onde ele só consegue ver a morte como recurso. 

Fontes;
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u454181.shtml
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/bulgaria-tem-sexta-morte-em-serie-de-suicidios-por-crise,7f9b98cffb76e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
http://edition.cnn.com/2012/09/10/business/italy-economy-suicide/index.html

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