quinta-feira, junho 27, 2013

Mobilidade Urbana. Será que é preciso importar ?

Em todo o mundo, cidades grandes e pequenas sufocadas pelo trânsito cada vez maior de automóveis, já perceberam que o modo mais fácil de resolver o problema é investir na implantação de sistemas cicloviários, conscientes do benefício global que o uso da bicicleta em grande escala pode trazer. Ocupando 10% do espaço de um carro ao estacionar ou circular, a bicicleta é uma das soluções mais viáveis e baratas para melhorar a qualidade de vida de uma cidade. Amsterdam já sabe disso desde os anos 50, quando implantou um eficiente sistema cicloviário na cidade.

Pensando nisso uma comitiva de Amsterdã, na Holanda, está em São Paulo para mostrar como criar mais caminhos para os ciclistas da capital paulista. Amsterdã tem 800 mil habitantes e 500 km de ciclovias, que são percorridas por meio milhão de ciclistas todos os dias. 
Amsterdã é considerada a melhor cidade do mundo para pedalar. Diariamente 40% da população de Amsterdã vai de bicicleta para o trabalho, 40% de transporte público e só 20% de carro.     As mulheres usam bota, sandália, bolsa e nada disso atrapalha. Um cenário dos 
A vice-prefeita presente na comitiva Carolien, defende vias exclusivas que funcionem todos os dias. Ainda que seja preciso tirar espaço dos carros e investir em infraestrutura. Para ela, é preciso fazer com que as pessoas se acostumem com as bicicletas no trânsito. “Você vai precisar de pelo menos três coisas: boa infraestrutura, boas bicicletas e ensinar as pessoas a usar a bicicleta desde crianças, não só aos domingos, mas no dia-a-dia”, orienta.
Carolien diz que colocar as bicicletas na rua é uma questão de querer mudanças. “Mudar é difícil, mas eu acho que você precisa ser até um pouco radical, se não nunca vai acontecer.

O código brasileiro de trânsito (CBT), aprovado em 1997 (lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997), legisla claramente sobre a matéria e afirma: A bicicleta é um veículo e responde ao CTB. No artigo 29 desta lei, no parágrafo 2, lemos: “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”. Do texto, podemos entender que a lógica política-legislativa que rege o circular da bicicleta por aqui fica próxima da idéia de integrar a bicicleta no trânsito. Contudo, a falta de informação e formação (para motoristas, ciclistas, urbanistas, técnicos e agentes de trânsito) aliada ao preconceito social ligado ao uso da bike faz com que as cidades não consigam gerenciar os conflitos de tráfego adequadamente.

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