sexta-feira, novembro 05, 2010

Doces ou travessuras ???


O Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. Pagamos para nascer e para morrer. E tudo que acontece entre essas duas coisas. São mais de 70 tipos de impostos diferentes. Não tem muita lógica. Taxa-se a renda, taxa-se o faturamento, taxa-se a propriedade, taxa-se o consumo, taxa-se a importação, taxa-se a exportação… Ou seja, muitas vezes os impostos se somam ou se multiplicam numa mesma situação. Assim fica difícil identificarmos a carga tributária porque há uma corrente pra frente em cascata que morde o nosso suado dinheiro o tempo todo. Dinheiro = trabalho, é bom que fique claro. Trabalhamos quase cinco meses do ano apenas para pagar impostos.

Detalhe: o argumento é que esses recursos seriam aplicados na Saúde. Pura balela para amolecer o nosso coração e abrir a nossa carteira. Tal qual um fantasma, a CPMF já foi e voltou algumas vezes. Em nenhuma delas, os recursos foram direcionados exclusivamente para Saúde. Mas para matar a gula gastadora dos governos.

Os governos- veja bem, eu disse os governos- Federal, Estadual e Municipal, gastam muito mal essa montanha de dinheiro que despejamos em cima deles: falta de planejamento, inchaço da máquina, corrupção e pura incompetência mesmo. Portanto, mesmo com essa bufunfa toda, falta dinheiro para o que importa: educação, saúde, segurança, infra-estrutura, etc…, mas o pior não está aí..

Há ainda a política dominante atual, que é a de combate a inflação, com o aumento da taxa de juros. A proposta é frear a demanda, dificultar o consumo, gerar desemprego. É uma desaceleração da economia, uma pressão sobre os salários. Esta é a dimensão estratégica. Há também uma repercussão imediata, que é o aumento dos lucros para os detentores dos títulos da dívida pública. O Brasil é o campeão mundial na taxa de juros e o paraíso das instituições financeiras, principalmente de seu setor especulativo.



A dívida pública interna mobiliária (títulos), grande parte do total, está em mãos do setor bancário e financeiro privado. Só em 2010 – somando juros, amortizações e refinanciamento da dívida – o povo pagou R$ 635 bilhões a essas instituições privadas, detentoras dos títulos.

Do total do Orçamento Geral da União, esses R$ 635 bilhões representam 45%. Depois de paga essa fabulosa quantia, aí se distribui o restante pelas políticas públicas. E o Saneamento não recebe mais que 0,04%; Cultura, 0,06%.

Basta um banco tomar empréstimos nos EUA a juros quase zero e aplicar aqui, em um investimento seguro, títulos da dívida pública brasileira, e receberá uma remuneração que não terá em nenhuma outra parte do mundo. O Brasil é a melhor opção. Vale a pena comprar títulos, abrir uma filial aqui, ou associar-se a uma empresa brasileira.

A indústria brasileira e o comércio sofrem, particularmente neste momento em que esses mesmos donos da bola se somam a uma onda internacional e impõem uma sobrevalorização do real, ou seja, uma desvalorização do dólar, que favorece a entrada de produtos estrangeiros a preços mais que competitivos. Muitos economistas recusam a ideia da inexorabilidade dessa política. Deveria haver uma ação mais enfática do governo, dizem eles, para evitar a sobrevalorização do real. Há instrumentos e condições para isso.

Se dissessem claramente que 45% do que você pagou de impostos, pelas decisões tomadas neste órgão, foi para o setor financeiro privado, e que em abril passado os títulos da dívida mobiliária foram comprados em 30,3% pelas instituições financeiras, em 24,6% por fundos de investimento, o que você acharia disso tudo?

O lugar onde se decide a política monetária é o Conselho de Política Monetária, o Copom. Composto por sete pessoas, em sua última reunião, e presidido pelo presidente do Banco Central. Entre seus membros estão funcionários de carreira do Banco Central e do Banco do Brasil, consultor do Banco Mundial, representante do setor financeiro. Esses sete homens decidem sobre os rumos da economia brasileira. A taxa de juros, a Selic, é definida aqui. Essa taxa remunera grande parte da dívida pública, que hoje supera os R$ 2,5 trilhões.

Membro mais jovem da Academia Brasileira de Letras e Integralista Gustavo Barroso chamou o Brasil da década de 30 de um país “ Colônia de Banqueiros” ( o livro de Gustavo Barroso é leitura proibida pelos “ Donos do Mundo”). Não foi a toa que o escritor usou esse termo, visto que o país até 1930 era uma Nação meramente agrária, que dependia do Capital Estrangeiro para quase tudo, desde a implementação de insumos agrícolas, até a aquisição de bens duráveis, meios de produção e estruturas de saúde e educação. A História da Independência do Brasil certamente poderia ser caracterizada como uma farsa circense, pois o Brasil jamais deixara de ser Independente, tendo se desvinculado das garras de Portugal para cair nas garras dos banqueiros internacionalistas Rotschild, Rockfeller e a Casa dos Morgan


É muita travessura...

Fontes:
http://diplomatique.uol.com.br/editorial.php?edicao=47
http://blogdotas.terra.com.br/2010/11/05/cpmf-voce-vai-pagar-calado/
http://www.skoob.com.br/livro/134119-brasil-colonia-de-banqueiros
http://www.impostometro.org.br/

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