quinta-feira, agosto 20, 2009

Brasil mostra sua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim!!!!



Nos primeiros 175 anos de história, o Senado não cassou o mandato de nenhum de seus membros por problemas de conduta. Nem em casos extremos.

Em defesa de José Sarney, Collor mandou Pedro Simon engolir suas
palavras. Simon voltou a falar, mas engoliu. Em seco. Depois relatou
que teve medo.

O olhar vidrado de Collor lembrou ao senador gaúcho o crime cometido
pelo pai dele, Arnon de Mello, que matou um colega no plenário. Simon
achou que podia ter o mesmo fim trágico.

Senador Arnon de Melo (UDN-AL foi Deputado Federal por Alagoas (1950-1951), governador (1951-1956) e senador (1963-1983) pelo mesmo estado. Foi reeleito senador pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), em 1970, e novamente em 1978. Publicou Os sem trabalho da Política (1931), São Paulo Venceu (1933), África - Viagem às Colônias Portuguesas e à África Inglesa (1940) e Uma Experiência de Governo (1958).

Em 5 de dezembro de 1963 envolveu-se num episódio inusitado quando disparou três tiros contra o senador Silvestre Péricles, seu inimigo político, dentro do Senado Federal. O senador Péricles estava na tribuna, a 5 metros de distância, e não foi atingido; Arnon Melo acertou erroneamente um tiro no peito do senador José Kairala, do Acre, que morreu em seu último dia de trabalho. Apesar do assassinato, e ainda que tenha sido dentro do Senado Federal, na presença flagrante de inúmeras autoridades, Arnon Melo não teve seu mandato cassado, e nem nenhuma punição imposta pela Mesa, devido à imunidade parlamentar.

Faleceu na condição de senador, em 1983.



Trágico mesmo nessa história é o medo do valente Pedro Simon.
Acabaram-se os homens públicos, acabou-se o espírito público. Se um
Collor babando de ódio é suficiente para calar um democrata, a
democracia será regida pelos psicopatas.

Collor disse a Simon que não se atrevesse a repetir o seu nome, nunca
mais. A intimidação fez efeito, e Simon não mais pronunciou o nome do
colega.

Se ainda existissem homens públicos, Pedro Simon, ou qualquer outro
senador, deveria ter respondido imediatamente a Fernando Collor de
Mello (este é o nome dele): o Senado é uma alta representação do povo,
os que lá estão têm nomes, e no dia em que algum deles não puder ser
pronunciado a democracia terá morrido.



Fernando Collor de Mello é o ex-presidente da República que acreditou
poder governar na marra, com medidas truculentas como o confisco da
poupança dos brasileiros, e que julgou poder usar o mandato popular
como instrumento privado em benefício próprio. Ao lado de seu famoso
tesoureiro, Paulo César Farias, condenado por corrupção, Fernando
Collor de Mello foi acusado em vários processos de lesar a
administração pública, teve que renunciar, e foi condenado no Senado à
perda de seus direitos políticos por oito anos.

Collor foi absolvido na Justiça, cumpriu a pena política e conseguiu
voltar a se eleger. Estava no seu pleno direito. Era hora dos
incomodados se calarem.

Ao entrar no plenário do Senado bufando, tentando intimidar, ameaçando
com chantagens e perseguições, este homem está dizendo o seguinte ao
país: não quer ser tratado como um democrata, quer ser tratado como
bandido.

Entre o medo de Pedro Simon e a apatia da opinião pública, Fernando
Collor de Mello (este é o seu nome) saiu de cabeça erguida do Senado.
O terror venceu. E no dia seguinte, foi recebido discretamente por
ninguém menos que sua santidade, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.

Em seu discurso no plenário, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) atribuiu ao que qualificou de "soberba" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a saída da senadora Marina Silva do PT e a crise envolvendo o líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP). Simon também acusou Lula de interferir "de maneira grosseira no Senado, submetendo seu partido, o PT, para salvar Sarney."

"Lula age com soberba, desprezando os antigos companheiros que construíram e formaram a alma do PT e que, hoje, desiludidos, estão abandonando o partido", disse Simon, citando também o caso de Frei Betto, um dos primeiros auxiliares de Lula a abandonar o governo.



O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou ter cometido qualquer ato ilícito. Numa tentativa ridícula de mostrar-se como vítima, disse ainda que as denúncias fazem parte de uma campanha para desestabilizá-lo e todas elas são "respaldadas, sem nenhuma exceção, por recorte de jornal".

Abaixo, as principais frases que proferiu em discurso no plenário do Senado numa vã tentativa de fender-se do indefensável, mas acabou auto-imolando-se:

"As acusações que me foram feitas nas diversas representações apresentadas ao Conselho de Ética, nenhuma coisa está relacionada com dinheiro ou prática de atos ilícitos ou desvios de dinheiro público."

"O conselho não pode abrir processo por recorte de jornal. Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida".

"Avaliei que as críticas que me fizeram eram só rescaldos da eleição, mas eram mais profundas. Faziam parte de um projeto político e de uma campanha para [me] desestabilizar."

"Na coerência do meu passado, não tenho cometido nenhum ato que desabone a minha vida. Não tenho senão que resistir, foi a única alternativa que me deram."

"Ninguém nesta Casa sabia ou podia pensar que existiam atos secretos."

"Não dizem o que fiz de errado, porque que eu devo merecer punição?"

Sobre a divulgação de conversas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica:

"Ninguém pode gravar alguém, pegar a conversa interlocutória e divulgá-la com o sigilo de Justiça, ainda mais com um senador da República, que tem foro privilegiado pelo STF."

"Em nenhum momento da minha vida faltei ou faltarei com o decoro parlamentar. Cidadão de vida ilibada, de hábitos simples, ter falta de decoro? Nunca poderiam me acusar de coisa dessa natureza. Não favoreci neto meu. Sou vítima de uma campanha sistemática e agressiva."

"Minha força não é desejo de poder. Esse cargo não me acrescenta nada, senão auguras e decepções. Mas há a certeza de que nada fiz de errado, de que as senhoras e os senhores senadores são justos. Nós nos conhecemos uns aos outros, vão me ajudar a reconstruir a paz no Senado."

O melhor é ligar a TV e assistir à marmelada no Conselho de Ética com
pipoca e Coca-Cola.



Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arnon_Afonso_de_Farias_Melo
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2074/artigo146125-3.htm
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR79103-6009,00.html

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