domingo, agosto 19, 2007

É agora ou nunca (it’s now or never)




Por SÉRGIO VAZ




Escrevo este artigo no mesmo dia em que a morte do cantor Elvis Presley completa 30 anos. O rei do rock, como é chamado, recebe todas as homenagens possíveis, digna de uma autêntica majestade. Dizem os mais fanáticos fãs que “Elvis não morreu”, e que vive na Argentina e que torce para o Boca Juniors. Não sou um conhecedor de sua obra, conheço uma música aqui, outra ali, enfim, nada que me credencie para falar dele. Pra falar bem a verdade sou muito mais Raul Seixas. Mas não é sobre os astros que eu queria escrever, e sim da nossa relação com a morte. Ou sobre a vida, como queiram. Por quê será que é tão difícil para nós aceitarmos que um dia a vida acaba? Por quê será que não aceitamos a hipótese, que um dia as pessoas que a gente mais gosta não estará mais ao nosso lado? Deve ser porque vivemos com a idéia de que somos eternos. Deve ser por isso que somos tão mesquinhos em relação à felicidade. E por nos acharmos eternos quase não damos valor aos pequenos detalhes da vida. Deve ser por isso que quase não dizemos “bom dia”, como se de fato, o dia nunca fosse acabar. Deve ser por isso que nunca dizemos o quanto realmente gostamos das pessoas. Como se todas as pessoas já soubessem disso. Deve ser por isso que nunca dizemos “por favor” ou “muito obrigado”, às pessoas que não nos interessam, de uma forma ou de outra. Como se gentileza fosse mera obrigação, moeda de troca para nos darmos bem. E já percebeu que as pessoas só falam em aproveitar a vida quando estão no velório de algum conhecido?Acreditar ou não em Deus não tem nada a ver com isso, a gente morre e pronto, ou ponto final. A vida acaba. Todo mundo morre.Desculpe se sou eu quem está te dizendo isso, mas você vai morrer. Quando? Boa pergunta. Pode ser daqui a cinco minutos ou daqui a cem anos, sei lá.O mais importante é que você saiba disso, mesmo que te prometam o céu ou te condenem ao inferno, um dia você não estará mais entre os que te rodeiam.Eu, você, ou quem quer que seja, podemos retardar a morte, mas jamais podemos evitá-la. E nem adianta fazer o sinal da cruz ou bater na madeira três vezes. Nós vamos morrer, é fato.Mas há uma coisa que a gente ainda pode fazer, que é escolher como é que a gente quer viver. Só a gente pode escolher como queremos ser lembrados um dia. Só a gente pode colocar o polegar na história, ou não.E isto não tem nada a ver com a morte, tem a ver com a vida. Elvis não morreu, você também não.

Nenhum comentário: