quinta-feira, julho 26, 2007

inimigo oculto


As famílias mais pobres estão pagando 73% a mais de impostos do que há dez anos. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), revela que o governo já abocanha 49% da renda das famílias que ganham até dois salários mínimos por mês (R$ 700). Em 1996, essa mordida era de apenas 28,2% - uma diferença de 21 pontos porcentuais. A maior parte da sangria tributária imposta à população de baixa renda é provocada pelos chamados impostos invisíveis, embutidos nos preços das mercadorias - como IPI, ISS, Cofins, PIS e ICMS -, assim chamados porque a maioria das pessoas não tem idéia do peso que têm em seu orçamento nem sobre o destino do dinheiro.


IMPOSTO INVISÍVEL
No período pesquisado pela Fipe, a carga invisível aumentou de 26,5% para 45,8% da renda das famílias que ganham até dois mínimos. ' Nosso sistema tributário foi construído para arrecadar o máximo de recursos para o governo, não importa de quem', diz a pesquisadora da Fipe responsável pelo estudo, Maria Helena Zockun . ' É muito cômodo arrecadar impostos sobre o consumo, porque as pessoas não percebem o que estão pagando e, portanto, não podem reclamar do peso dos tributos.'
'Em questões de desigualdade social, o Brasil consegue se superar.'
O problema é que a taxação sobre o consumo recai igualmente sobre todos os bolsos. Ao fazer uma compra no supermercado, o empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por exemplo, paga o mesmo imposto sobre o valor dos produtos que um faxineiro da entidade.
'A carga tributária penaliza pessoas de todos os níveis socioeconômicos e as empresas', diz Skaf. 'Além de o imposto ser alto e o retorno em serviços ser baixo, há o excesso de burocracia que custa muito dinheiro e afeta a competitividade do produto nacional.'


FONTE:

Nenhum comentário: